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Ovosite Artigo Mariana Nascimento

Da nutrição de precisão à nutrigenômica: novos tempos para a formulação exigem ajustes ainda mais finos.

Com a escalada dos custos e a pressão do mercado para a utilização de ingredientes mais sustentáveis se tornam dois grandes pontos a ser observados pelo setor produtivo de ovos, exigindo de cada profissional responsável pelas formulações ajustes ainda mais precisos

Em nutrição de poedeiras a aplicação do conceito de nutrição de precisão se traduz no uso de formulações que se aproximam ao máximo possível das exigências nutricionais da ave com o objetivo de maximizar o potencial de produção. Os objetivos desta produção maximizada devem incluir eficiência na utilização dos recursos disponíveis e sustentabilidade. E isso envolve o bem-estar dos lotes das aves poedeiras e saúde do consumidor visando a aplicação do conceito de saúde única. Em suma, o nosso papel como profissionais é o de maximizar a eficiência da utilização do nutriente ofertado para as aves ao longo dos períodos de produção com o intuito de minimizar os impactos ambientais de uma determinada produção.

Inicialmente, considera-se os componentes da dieta que podem afetar a utilização da energia, proteína e demais componentes como: vitaminas, minerais e suas interrelações. Para o nutricionista de poedeiras o melhor cenário de formulação é aquele onde se consegue ter mais opções de ingredientes na prateleira para cumprir com os requisitos que uma dieta deve cumprir (custo-benefício).

Dra. Mariana Nascimento artigo nutrigenômica

Mariana Nascimento é graduada em Zootecnia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestre em Ciências Veterinárias, Doutora em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Coordenadora Técnica da Aleris.

Entretanto, ingredientes como milho e o farelo de soja por exemplo, ainda que sejam considerados comodities, são utilizados como principal base de energia e proteína, respectivamente. Apesar da classificação “comodities”, precisamos sempre tratá-los como ingredientes com nome e sobrenome no sentido de sempre avaliarmos, por meio de equações de predição, o valor nutricional mais próximo ao que estamos lidando naquele determinado momento da formulação e não somente considerando os resultados apresentados nas tabelas nutricionais, uma vez que este ponto depende de um complexo cenário que inclui características de produção e nível produtivo de cada cultivar.  Desta forma, quando falamos de alimentos alternativos, devemos desmistificar um pouco essa ideia de “alternativo” e tratá-los como ingredientes que devem estar presentes corriqueiramente na prateleira do nutricionista para serem utilizados sempre que forem viáveis na fórmula. Ingredientes como farelo de trigo, triticale, aveia, sorgo e produtos à base de leveduras são alguns exemplos de ingredientes ainda tratados como “alternativos”, mas que poderiam viabilizar muito bem em diversas realidades produtivas.

Quando pensamos em ingredientes que são fontes principais de energia, naturalmente vamos estabelecer a comparação com o milho que hoje é a nossa maior referência de ingrediente energético, mas precisamos ter em mente que cada ingrediente possui suas características nutricionais e que não podemos ignorá-las. Por exemplo, quando comparamos o milho com a levedura primária de milho mais suas frações fermentadas, este ingrediente apresenta uma energia metabolizável menor, uma vez que a composição dos carboidratos e contribuição lipídica deste ingrediente é diferente da composição dos carboidratos e dos lipídeos do milho. Contudo, este pode ser um ingrediente que viabilizaria muito bem as formulações por outras características funcionais e proteicas. Assim também é o caso do farelo de soja, se pensarmos nele, a composição de carboidratos também é diferente da composição de outros ingredientes. E esta diferença de composição pode influenciar diretamente na eficiência de aproveitamento energético que cada ingrediente possui para cada espécie animal, como por exemplo os suínos, que conseguem aproveitar melhor o conteúdo energético deste ingrediente do que as aves. Mas por que isso ocorre? Porque a anatomia e fisiologia do trato gastrintestinal das aves é diferente da dos suínos. A relação entre a microbiota intestinal e o suíno é muito mais “amigável” pois a sua estrutura anatomofisiológica proporciona um tempo maior de fermentação do substrato quando comparamos com as aves. Desta forma, em uma situação em que oferecemos o mesmo farelo de soja, para o suíno ele contém 3.179 Kcal/kg de energia metabolizável (EM), mas para uma ave poedeira ele contém 2.341 Kcal/kg de EM. Onde perdemos 838 Kcal? Perdemos pela constituição dos carboidratos que apresenta esse mesmo ingrediente para estas duas espécies distintas, ou seja, o ingrediente pode ser o mesmo, mas a capacidade de digeri-lo é distinta.

No passado, ainda não contávamos com modelos de predição para ajudar nos ajustes mais finos e trocas mais eficientes de ingredientes considerando cenários multivariados como podemos hoje. O trabalho de formulação era baseado muito mais na intuição e na longa experiência construída na base de muitos erros e acertos dos nutricionistas. Com a difusão e constante aprimoramento, objetivando a robustez dos modelos de predição, foi possível considerar as flutuações de preços em conjunto com toda a informação bromatológica de qualquer ingrediente para que a tomada de decisão não seja desconectada da realidade do custo ou da realidade nutricional. Além disso, hoje já existem empresas como a Aleris Nutrição Animal que trabalham no sentido de acrescentar mais uma importante variável nesta equação, o impacto da composição da microbiota no processo digestivo e fisiologia do animal.

Portanto, levando-se em consideração a premissa de que parte considerável da microbiota se molda à dieta e as condições do hospedeiro, refletindo em sua performance, saúde e bem-estar, como a troca (parcial ou total) de um ingrediente pode afetar no aproveitamento de determinada dieta? Ou, como determinado estado fisiológico pode afetar na composição da microbiota e consequentemente de que forma esse perfil de microbiota está impactando o animal? Essas e outras tantas questões que se busca responder para melhorar ainda mais a compreensão do sistema animal.

Contudo, é muito importante deixar claro que os modelos matemáticos são ferramentas facilitadoras de uma tomada de decisão mais integrada, mas não substituem os resultados bromatológicos e preços dos lotes recebidos dos ingredientes ou mesmo o recurso humano.

Para tornar a nutrição de precisão uma realidade, os produtores de ração precisam mudar a maneira como consideram os ingredientes, simplesmente como sempre uniformes, e sim como que devem ser analisados para corresponder exatamente a especificação nutricional desejada. A análise ajudará a formular uma dieta econômica e mais próxima a exigência do animal. Sem conhecer a análise de ingredientes, a nutrição precisa se torna inviável, mesmo com a melhor formulação de dieta. Seguido da seleção de ingredientes e formulação da dieta, os processos pós-absortivos que classificam as matérias-primas alimentares com base nos coeficientes de digestibilidade precisam ser considerados. Uso de técnicas analíticas avançadas, como espectroscopia de infravermelho próximo (NIR), espectrometria de emissão óptica de plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) para perfil mineral e cromatografia gasosa-espectroscopia de massa (GC-MS) para contaminantes (por exemplo, pesticidas) e ensaios in vitro para obter perfil de nutrientes e antinutrientes fornecem mais valores de nutrientes para ajudar a alcançar uma formulação de dieta mais acurada. Podemos atingir o objetivo de nutrição de precisão por meio de uma formulação de ração mais precisa com base no valor nutricional de cada lote de ingrediente, pesagem e mistura adequadas de ingredientes, novas técnicas de processamento de ração e com uso continuado de aditivos alimentares.

Além destas ferramentas que agregam muito conhecimento ao nutricionista no momento da formulação, a nutrigenômica vem tomando cada vez mais espaço, a futura necessidade de nutrientes e alimentação dos animais será baseada na necessidade específica do gene. Na nutrição moderna, as recomendações genéricas serão substituídas por soluções personalizadas. O uso da nutrigenômica como ferramenta na nutrição animal nos permite desenvolver novas estratégias de alimentação, criando assim uma oportunidade de reduzir o custo de materiais, melhorar a suplementação e adaptar rapidamente novas formulações em resposta à mudança de mercado e demanda. Também nos permite identificar e abordar gargalos nutricionais que nos impedem de aproveitar a genética avançada.

A manipulação nutricional da microbiota e a capacidade da microbiota influenciar na expressão gênica no animal visam controlar a expressão do gene específico por sub ou superalimentação de alguns nutrientes e compostos. Por meio da nutrição de precisão, aditivos desenvolvidos com base em biomarcadores da microbiota animal podem ser fornecidos em períodos definidos para obter as mudanças desejadas na expressão gênica para maior produção, exemplo: ave poedeira com maior persistência de postura, menor índice de ovos sujos, entre outros.

Por fim, todas essas tecnologias de análises e mapeamento de rotas fisiológicas no animal são ferramentas de apoio no momento de construir o cenário para a tomada de decisão, contudo, sempre caberá ao nutricionista avaliar a contribuição nutricional e o impacto da inclusão de qualquer elemento na dieta deste animal sem que comprometa o desempenho ou afete negativamente a qualidade das rações. Nesse sentido, o conhecimento integrado é fundamental para que sejam feitos os ajustes nutricionais da ração final.

Sobre a autora: Mariana Nascimento é graduada em Zootecnia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestre em Ciências Veterinárias, Doutor em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com trabalhos, pesquisas e publicações na área de nutrição de aves e suínos. Atualmente é Coordenadora Técnica da Aleris Nutrição Animal.

Sobre a Aleris – Fundada em 2012 a Aleris é uma empresa nacional especializada em nutrição animal, comprometida em oferecer soluções naturais para a máxima performance e saúde para animais de produção e pet. Atualmente, através de sua operação global e subsidiárias nos Estados Unidos, México e Portugal, a empresa exporta suas soluções em aditivos naturais a base de levedura para mais de 32 países.

Autor

Aleris Nutrition

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